Nessa nova seleção, o cenário era outro.
Teve gente de
bermuda,
calça jeans,
camiseta,
camisa social, com
perfume, sem
perfume,
cabelo arrumado e outros
despenteados.
E o mais curioso é que, mesmo com todas essas diferenças, a essência era a mesma: a vontade de começar, aprender e crescer.
Cada um à sua maneira, cada um no seu tempo.
A forma mudou, mas o propósito é o mesmo -
encontrar um lugar onde possam construir algo e ser reconhecidos pelo que sabem e pelo que ainda podem aprender.
A distância invisível e o poder do olhar
A fala do candidato sobre a dificuldade das entrevistas presenciais trouxe uma reflexão necessária.
Sim, as plataformas como
Meet,
Teams e
Zoom facilitaram o acesso, democratizaram oportunidades e encurtaram distâncias.
Mas também criaram uma nova distância: a
emocional.
Na tela, o brilho nos olhos se perde no reflexo da câmera.
A entonação é ajustada pelo microfone.
O silêncio, que antes dizia muito, é substituído pela conexão instável.
E é justamente isso que sentimos falta.
O olhar verdadeiro, o gesto espontâneo, o nervosismo controlado - todos esses detalhes que formam a humanidade do encontro.
Porque é ali, no contato direto, que percebemos o que realmente importa: a
vontade genuína de aprender e de crescer junto.
O estágio como ponto de encontro de gerações
Essa nova geração de estagiários chega com um repertório digital impressionante.
Domina ferramentas, entende de automação, sabe usar a IA como apoio e aprende em ritmo acelerado.
Mas, em contrapartida, anseia por algo que o digital ainda não entrega:
referência humana.
Eles não buscam apenas um emprego - buscam
um espelho.
Querem aprender com quem já errou, já testou, já reconstruiu.
Querem ouvir histórias que não estão no GitHub, mas na memória de quem viveu a transição do
MS-DOS ao Windows 11, do
modem discado à fibra óptica, do
primeiro código em Pascal ao deploy em nuvem.
E isso é lindo, porque mostra que, apesar da velocidade do mundo,
a essência do aprendizado continua sendo o encontro entre gerações.
A presença como tecnologia humana
No fim, essa entrevista foi mais do que uma etapa de seleção - foi uma experiência de conexão.
Entre olhares, risadas, lembranças e reflexões, ficou claro que a tecnologia mais poderosa ainda é a
presença.
Nenhuma automação substitui a energia de estar junto, a troca de ideias, o improviso, o olhar curioso.
É ali que o conhecimento ganha alma e a técnica encontra propósito.
E foi isso que aquele candidato nos lembrou, com sua fala simples e verdadeira:
“Às vezes, o que falta não é vaga. É alguém que olhe pra gente e enxergue vontade.”
Um lembrete valioso...
O processo de estágio em tecnologia em Piracicaba foi um lembrete valioso de que
a modernidade não cancela o humano.
O presencial ainda tem força, o olho no olho ainda ensina, e o desejo de aprender continua sendo o código mais poderoso que existe.
O tempo muda, os estilos mudam, os modos mudam.
Mas o brilho no olhar - esse, felizmente, continua o mesmo.
