Vaga de estágio em tecnologia - uma conversa que nos fez refletir sobre o tempo e a era digital
Ontem, dia 22 de outubro de 2025, realizamos em Piracicaba o processo de seleção para uma vaga de estágio em tecnologia.
Era mais um daqueles dias comuns de entrevistas, mas acabou se tornando um daqueles momentos que fazem a gente parar e pensar sobre o tempo, a vida e o ritmo com que o mundo vem mudando.
Em determinado momento da conversa, um dos candidatos comentou, com naturalidade:
“A primeira versão do Windows que eu usei foi o Windows 7.”
Na mesma hora, eu e o Caio nos olhamos e, quase em uníssono, pensamos:
“Caramba! Quando a gente começou, nem Windows existia.” Confesso que neste momento a expressão do entrevistado foi de espanto. E não, ele não nos chamou de "velhos". rs
Continuando... a sala ficou em silêncio por alguns segundos. E nesse breve intervalo, deu pra sentir o peso - e a beleza - do tempo passando.
A geração analógica e o espanto do tempo
Esse pequeno comentário foi o gatilho para uma reflexão profunda: nós realmente somos os últimos da geração analógica.
Fomos criados em um mundo onde o computador ainda era uma novidade, a internet fazia barulho para conectar, e aprender a programar significava lidar com telas pretas e linhas intermináveis de código.

Hoje, quem entra em uma vaga de estágio em tecnologia já nasce com o digital na palma da mão. Os atalhos, as interfaces, os sistemas e até a nuvem fazem parte de um ambiente natural. Para eles, o computador não é uma ferramenta - é uma extensão do pensamento.
Enquanto nós precisávamos entender o “porquê” das coisas funcionarem, essa nova geração simplesmente faz funcionar.
E isso não é um contraste de mérito, mas de tempo.
A velocidade exponencial da tecnologia
O comentário do candidato sobre o Windows 7 parece pequeno, mas representa uma mudança gigantesca de contexto.
Do
MS-DOS ao Windows 11, da
conexão discada à fibra óptica, da
internet local à nuvem global, a velocidade da tecnologia se tornou exponencial.
Se antes uma nova versão de software levava anos para chegar, hoje o mundo muda em questão de meses. Atualizações, frameworks, linguagens, tudo se transforma o tempo todo.
E é curioso perceber que, enquanto o código fica mais rápido, nós continuamos tentando acompanhar o ritmo humano da compreensão.
A tecnologia cresce em progressão geométrica - mas nossa capacidade de absorver ainda é linear. É por isso que momentos como esse, em meio a uma entrevista, se tornam tão simbólicos: eles nos lembram que o tempo está correndo, mas também que ainda há espaço para respirar e refletir.
Do Windows ao pensamento em nuvem
Quando começamos, a tecnologia era física. Instalar um programa significava inserir disquetes ou CDs, configurar drivers, lidar com erros.
Hoje, tudo acontece na nuvem, no clique, no toque.
A experiência de quem viveu o analógico não é apenas técnica - é filosófica.
Aprendemos que cada linha de código carrega uma intenção, e que cada sistema nasce de um processo de pensamento.
Essa bagagem é o que mantém a tecnologia com alma, mesmo em um mundo onde a inteligência artificial começa a escrever códigos e processar ideias por nós.
Ver jovens que cresceram no digital nos inspira, mas também nos faz lembrar de onde viemos.
E entender isso é essencial para quem lidera, desenvolve e forma novas gerações na área.
O tempo, a pausa e a continuidade
A seleção de estágio em Piracicaba foi, na prática, mais do que uma entrevista.
Foi um espelho.
Enquanto falávamos sobre linguagens, frameworks e lógica de programação, o tempo se mostrava como o verdadeiro protagonista.
Em um mundo que valoriza tanto a pressa, parar para perceber o tempo é quase um ato de resistência.
E talvez essa seja a principal lição que a tecnologia ainda pode nos ensinar: entre uma vírgula e um ponto, existe a pausa que mantém tudo funcionando com qualidade.
Assim como no código, onde o ponto e vírgula define o ritmo da execução, na vida também precisamos de pausas para compreender o que está sendo construído.
O progresso não está apenas em avançar - está em entender o que significa cada linha do que estamos escrevendo.
O tempo da tecnologia e o tempo da vida
Sair de uma entrevista com a sensação de ter aprendido algo é raro.
Mas ontem, em Piracicaba, essa sensação foi real.
Um simples comentário sobre o Windows 7 nos lembrou que o tempo é o maior desenvolvedor de todos.
A tecnologia evolui, os sistemas se transformam, os frameworks mudam - mas o que continua sendo essencial é a consciência de quem programa, ensina e cria.
Ser da geração analógica é carregar o valor do “entender antes de fazer”.
E é justamente essa mentalidade que pode dar equilíbrio à pressa exponencial do digital.
O futuro pertence aos que aprendem rápido, mas o legado fica com quem aprendeu a pensar.
E foi ali, em meio a currículos, códigos e memórias, que percebemos:
o tempo é o verdadeiro sistema operacional da vida.



